A tecnologia de revestimento de superfícies conhecida como poliureia divide opiniões: existem numerosos casos de sucesso na aplicação, mas ao mesmo tempo muitos empresários e industriais reclamam que já tiveram problemas. Os principais passos a serem seguidos para que a poliureia de fato funcione foram expostos no Clube de Engenharia na palestra "A Tecnologia de Poliureia nua e crua", do engenheiro químico Fernando Costa, em 31 de maio. O evento foi promovido pela Diretoria de Atividades Técnicas (DAT), Divisão Técnica de Estruturas (DES) e Associação das Empresas de Impermeabilização do Estado do Rio de Janeiro (AEI).

Características de eficiência
A poliureia surgiu no final dos anos 80, definida como uma tecnologia de polímero orgânico termofixo, utilizada em superfícies como pisos de fábricas e de estacionamentos. Além dos fins técnicos de revestimento e impermeabilização também pode ser utilizada para compor pisos decorativos. Cientificamente pode-se dizer que o revestimento de poliureia é o resultado da reação química (poliadição) entre um di-isocianato (NCO-R-NCO) e uma poliamina (NH2-R-NH2), sem a ajuda de um catalisador ou de um reticulador adicional.

Existem algumas variações da poliureia, como a poliureia "híbrida", que contém um terceiro componente, catalisador, com o objetivo de reduzir o tempo de reação. Também existem produtos "a base de poliureia", que podem ser erroneamente comprados e aplicados como poliureia mas são poliuretano. Incluem-se na lista o sistema poliureia "cabrita", também com outra composição e ineficiente para se obter o efeito desejado da poliureia. Finalmente, a poliureia de alta performance, modificada em prol do desempenho.

A tecnologia apresenta vantagens que a tornam, quando bem aplicada, eficiente na impermeabilidade: tem resistência à umidade e temperatura, é elástica e tem alta resistência a raios ultravioletas, entre outros benefícios.

Aplicação e resultados
A aplicação da poliureia pode acontecer por pistolas ou equipamentos de alta ou baixa pressão, dependendo da dimensão da superfície que vai receber. O trabalho deve ser realizado por um profissional comprometido e qualificado, segundo Fernando Costa. Um dos pontos fundamentais é a preparação da superfície, que deve estar limpa e seca, e receber a aplicação, anterior à poliureia, do primer, substância que vai garantir a aderência. Também devem acontecer testes de campo e controle de qualidade.

Parte da responsabilidade sobre a eficiência da poliureia cabe ao profissional que vai contratar a aplicação, com especificações como qual é o tipo de poliureia desejada, cor, espessura; qual a preparação da superfície e qual o desempenho esperado. Também é preciso seguir as instruções do fornecedor do produto em relação às resistências químicas, resistências físicas, segurança e processamento. Algumas normas que podem ser consultadas a respeito são a NBR 16545, a respeito de revestimentos de alta espessura com sistemas de poliureia e híbridos de poliureia e poliuretano, e a NBR 9575, de impermeabilização.

A má preparação da superfície ou má aplicação da poliureia são as principais causas de insatisfação com a tecnologia. Em pouco tempo, o revestimento pode começar a se soltar da superfície, criar fissuras, ter infiltração e formar bolhas ou furos. O uso de um material "a base de poliureia" também pode ser a causa. Nesses casos, pode ser necessário retirar toda a camada aplicada e refazer o trabalho, uma vez que não foi eficiente.

Fernando Costa deu exemplos de alguns usos da poliureia no Brasil e no mundo: revestimento de concreto em estacionamento; impermeabilização e contenção de explosão; impermeabilização de tanques de aquário; proteção contra corrosão em offshore e revestimento de reator nuclear.

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