Palestra de Francis sobre geotecnia atrai grande público ao Clube de Engenharia

As contribuições da geotecnia para a extração de uma das maiores riquezas do Brasil foram tema de palestra apresentada pelo presidente do Clube de Engenharia, Francis Bogossian, na noite da última terça-feira, dia 16 de outubro. O evento “Fundação de Plataformas de Produção em Águas Profundas – A Engenharia Geotécnica no Pré-sal” contou com a presença de grande público e trouxe debates técnicos importantes para a área.

Em recente artigo publicado na revista Fundações e Obras Geotécnicas, Francis Bogossian falou sobre a história da geotecnia offshore no Brasil. O tema tem sido frequentemente abordado devido às grandes demandas trazidas pelo Pré-sal, que exige cada vez mais domínio técnico, inovação e excelência. O processo de evolução gradativa da engenharia geotécnica que tem se dado a partir do século XX, se intensificou com obras de infraestrutura realizadas desde os anos 70.

As perspectivas são, portanto, de vastos desafios para os engenheiros geotécnicos. Na área de fundações, tecnologias especiais vêm evoluindo, a engenharia de barragens volta à tona com novos empreendimentos de energia, mineração e irrigação. Na área marítima, é promissora a evolução tecnológica para exploração de óleo nas camadas do Pré-sal. Investigações do subsolo marinho a enormes profundidades demandam técnicas especiais de amostragem, além de estudos avançados sobre a estabilidade de perfurações verticais e inclinadas. O conhecimento geotécnico passou a ser decisivo na definição dos grandes empreendimentos. A engenharia geotécnica chegou ao século XXI apta a solucionar os grandes desafios que se apresentam para o desenvolvimento do país.

Na palestra, o presidente do Clube falou sobre a conjuntura de descobertas de óleo e gás em águas profundas no Brasil. “Elas vêm desafiando a engenharia brasileira a ter soluções cada vez mais inovadoras, seguras e sustentáveis para a exploração e produção das suas riquezas”, frisou. Francis explicou também que, à medida que a exploração de petróleo foi avançando para águas cada vez mais profundas e distantes, as Plataformas de Produção Fixas foram sendo substituídas por Plataformas de Produção Flutuantes. Além disso, a confirmação do potencial da camada Pré-sal, a cada novo poço perfurado, coloca a Petrobras entre as grandes detentoras de reservas de petróleo no mundo.

Bogossian explicou as investigações geotécnicas offshore com ênfase nas campanhas para os campos de Pré-sal. Ele mostrou os primeiros resultados de ensaios DSS cíclicos em amostras de argila marinha de um campo desta região e os procedimentos a serem utilizados no projeto de fundações. Foram exibidas alguns dos principais tipos de plataformas de produção flutuantes, entre elas as Plataformas Semissubmersíveis – SS, TLP-Tension Leg Platform, Plataformas do tipo SPAR- Buoys, e a Plataforma de Produção Flutuante tipo FPSO – (Floating Production, Storage and Offloading System - Sistema Flutuante de Produção, Armazenamento e Escoamento de Óleo e Gás), também chamado de Navio-Plataforma. Francis se aprofundou nas explicações sobre cabos de amarração, âncoras especiais e sobre investigações geotécnicas.

Para finalizar a palestra, Bogossian frisou que a busca pelo petróleo tem gerado formas de exploração em regiões marítimas com condições ambientais e geológicas cada vez mais extremas e distantes, com elevados níveis de solicitação e aumento da vida útil das plataformas. “Uma vez que estas instalações são muito recentes, considero ser de grande importância o acompanhamento do desempenho destas estruturas, tanto na fase de construção quanto ao longo da sua vida útil, para validação e melhoria dos métodos de cálculo, materiais, e equipamentos, além da garantia de sua segurança, proteção ao meio ambiente e continuidade da produção de petróleo”, encerrou.

Veja aqui os slides apresentados por Francis Bogossian durante a palestra.

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