O Clube de Engenharia denuncia a asfixia financeira e o desmonte da UERJ

A crise financeira da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde estudam cerca de 40 mil alunos, na graduação e na pós, está mobilizando os meios acadêmicos e a sociedade civil, aos quais vem se juntar o Clube de Engenharia, em face do risco de desmonte da instituição. Desde agosto, o governo do Estado não repassa os recursos devidos à Universidade, que já acumula uma dívida de R$ 360 milhões, segundo a sua reitoria. As bolsas estão dois meses atrasadas e os servidores estão recebendo, neste mês de janeiro, o salário de novembro passado.

O reitor Ruy Garcia Marques divulgou documento público intitulado A Uerj e o Futuro do Rio de Janeiro, responsabilizando o governo estadual pela situação da universidade: “...a UERJ está sendo sucateada, numa absoluta falta de visão estratégica por parte dos governantes do nosso Estado, a quem incumbe o financiamento de uma universidade pública e inclusiva como a nossa”, escreveu. O texto é assinado ainda pela vice-reitora Maria Georgina Muniz Washington, e apoiado formalmente pelos ex-reitores da UERJ Ivo Barbieri, Hésio Cordeiro, Antonio Celso Alves Pereira, Nilcea Freire, Nival Nunes de Almeida e Ricardo Vieiralves de Castro. “Desprezar o ensino superior, a pós-graduação e a pesquisa é apostar na miséria, na violência e num futuro sem perspectivas positivas. Forçar o fechamento da UERJ é não pensar no futuro de nosso estado e de nosso país. A UERJ e o Estado são perenes, os governantes não”, diz o reitor.

O documento lembra, ainda, que a instituição é a 11ª colocada em qualidade entre as 195 universidades brasileiras, segundo o ranking da Times Higher Education de 2016, e a 20ª entre todas as universidades da América Latina. Quando se considera o item “inserção de seus alunos no mercado de trabalho”, ocupa o 8º lugar e, no item “produção científica”, é a 9ª, segundo o ranking das universidades brasileiras da Folha de S. Paulo.

São cerca de 35 mil alunos em seus cursos de graduação, nas modalidades presencial e de ensino a distância, mais de 4 mil em cursos de mestrado e doutorado, cerca de 2 mil em cursos de especialização e 1,1 mil nos ensinos fundamental e médio (Instituto de Aplicação – CAp-Uerj). Além do Campus Maracanã, dispõe de 13 unidades externas, constituindo seis campi regionais espalhados pelo Estado do Rio de Janeiro.

O Clube de Engenharia, em vista da importância que tem a UERJ, não só no Estado, como no cenário acadêmico brasileiro, conclama as entidades congêneres, bem como a sociedade fluminense a com ele se mobilizarem em defesa da sobrevivência da instituição, para que as autoridades constituídas se sensibilizem e revertam o desmonte em curso.

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