Novos conselheiros tomam posse: prioridade é resistir ao desmonte da engenharia nacional

O processo eleitoral, seja ele para eleição de nova diretoria, para a renovação do terço do Conselho Diretor ou para a comissão executiva das Divisões Técnicas Especializadas, sempre foi um momento de construção na história centenária do Clube de Engenharia. Uma vez por ano, a casa que sempre defendeu a democracia e a soberania nacional como seus pilares fundamentais convoca seus associados e os recebe por três dias para o exercício da cidadania. Mas há muitos anos o pleito eleitoral não ocorria em ambiente nacional tão conturbado, com a própria democracia em risco e bens públicos leiloados à iniciativa privada.

A posse dos eleitos para a renovação do terço do Conselho Diretor, para o triênio 2017 – 2020, aconteceu no dia 11 de setembro último e comemorou a vitória, por ordem de votação, de Iara Maria Linhares Nagle, Maria Alice Ibañez Duarte, Bruno Contarini, Sergio Niskier, Sérgio Medina Quintella, Alberto Balassiano, Alcides Lyra Lopes, Eduardo José Costa Konig da Silva, Guilherme de Oliveira Estrella, Leon Clement Rousseau, Guaraci Corrêa Porto, Cesar Duarte Pereira, Nilo Ovídio Lima Passos, Olga Cortes Rabelo Leão Simbalista, Ceres Regina de Santa Rosa, Carlos Sezinio de Santa Rosa, Francisco Petruccelli, Jorge Ricardo Bittar, Irineu Soares, Arnaldo Silaid Muxfeldt, Benedicto Humberto Rodrigues Francisco, Fernando José Correa Lima Filho, Alcebíades Fonseca, Estellito Rangel Junior e Rafael Oliveira da Mota.

Barrar o retrocesso

O tom do discurso de posse proferido por Iara Maria Linhares Nagle representando seus colegas recém-eleitos como a mais votada foi o destaque da assembleia geral solene de posse. “Que tenhamos a coragem de defender as empresas geradoras da boa tecnologia, não permitindo sua destruição com a indesejada invasão estrangeira. Está havendo um verdadeiro desmonte da engenharia nacional. O Brasil entrou em liquidação. Devemos resistir, fazer propostas e um trabalho forte junto ao Legislativo e Judiciário nacional, e diretamente junto à opinião pública, de forma didática e direta, buscando a valorização da soberania e da engenharia nacional. Devemos ir para as ruas, através das redes sociais, para impedir esse sucateamento da nossa tecnologia. Basta! (...) Esse trabalho deve começar já. Não podemos esperar 2018. Pode não dar tempo. Estamos atrasados”, ressaltou Iara.

Sobre as questões institucionais, Iara Nagle registrou a importância da renovação, com a entrada e a atuação de engenheiras e engenheiros mais novos, e elogiou o trabalho realizado na Secretaria de Apoio ao Estudante de Engenharia (SAE), na pessoa do coordenador José Stelberto Soares, promovendo a integração com os estudantes do Estado. "Trabalho de grande envergadura, que tem trazido um expressivo número de sócios aspirantes para o Clube", comentou.

A conselheira também destacou a necessária participação dos estudantes nas Divisões Técnicas Especializadas (DTEs), propondo uma representação estudantil em cada DTE.  Sugeriu, ainda, maior integração com entidades como o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA-RJ) e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU-RJ), de modo a estimular a associação dos registrados com o Clube de Engenharia.

"Será que ainda somos referência da sociedade que um dia fomos? Estamos de fato envolvidos e transmitindo a mensagem de efetivo envolvimento na luta pelo desenvolvimento e soberania da engenharia nacional?" A conselheira mais votada lançou a reflexão a respeito do papel e da atuação da entidade, propondo uma mudança "corajosa e relevante". Por fim, se comprometeu a transformar a confiança de quem nela votou em dose extra de energia para cumprir o mandato, respeitando os compromissos assumidos.

Ao encerrar a assembleia, o presidente do Clube de Engenharia, Pedro Celestino, concordou com a conselheira a respeito das responsabilidades urgentes do Clube, principalmente no sentido de propor à sociedade saídas para a crise “que liquida o esforço de gerações de brasileiros desde os anos 30”. "Cabe-nos propor um caminho que impeça a alienação do patrimônio da Petrobras, além de discutir o petróleo, a mineração, a infraestrutura. Questões da engenharia que se colocam para a sociedade. Porque a liquidação é uma liquidação rápida, sistêmica e avassaladora", concluiu.

Receba nossos informes!

Cadastre seu e-mail para receber nossos informes eletrônicos.

O Clube de Engenharia não envia mensagens não solicitadas.
Pular para o conteúdo