Gerenciamento de projetos: o método PDCA em livro

Parte fundamental de qualquer empreendimento de engenharia, os projetos são feitos, com certa frequência, somente para cumprir uma etapa exigida, quando, na verdade, precisam ser acompanhados e revistos constantemente. O gerenciamento de projetos é uma função necessária, e pode seguir métodos diversos como, por exemplo, o PDCA (Plan, Do, Check and Act), que significa planejar, executar, monitorar e agir. Para explicar o PDCA, o engenheiro de produção Guilherme Calôba lançou o livro "Gerenciamento de projetos com PDCA - Conceitos e técnicas para planejamento, monitoramento e avaliação do desempenho de projetos e portfólios" no Clube de Engenharia, em 11 de dezembro. Ele é coautor da obra junto ao analista de sistemas Mario Klaes, e a edição é da editora Alta Books. O evento foi promovido pela Diretoria de Atividades Culturais.

Ciclo fundamental
Um projeto pode ser caracterizado como um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. Uma vez criado, ele deve ser acompanhado: o gerenciamento de projetos objetiva justamente garantir que todas as etapas sejam concluídas no prazo e orçamento definidos conforme parâmetros de qualidade. O trabalho envolve gerenciar partes interessadas, lidar com recursos humanos e realizar a aquisição de bens e serviços. Segundo o PDCA, o gerenciamento de projetos segue o ciclo: planejamento, execução, monitoramento ou controle, e definição. Eles não findam entre um e outro: a curto prazo, execução e monitoramento são concomitantes, e a longo prazo o monitoramento retoma o planejamento.

Uma pesquisa PM Survey, estudo anual realizado por voluntários de diversos países, traz números indicadores do mal gerenciamento de projetos em todo o mundo:  apenas 22% dos entrevistados afirmaram que as empresas fornecem tempo e recursos adequados para o planejamento de projetos. 23% declararam o mesmo em relação ao monitoramento. Mais de 40% dos projetos não alcançam suas metas. E em 85% dos casos, os prazos são atrasados. "Estamos numa situação em que existem problemas tanto em objetivos gerais, quanto em prazo e orçamento dos projetos. É preciso fazer uma certa revisão disso e desenvolver projetos melhores, que alcancem os resultados pretendidos", concluiu Guilherme Calôba. 

Indicadores de qualidade
Segundo Calôba, o ciclo será virtuoso se a falha em cada uma das etapas impedir que o projeto siga para as seguintes. Um projeto mal planejado não pode seguir adiante até ter novo planejamento, e um projeto mal monitorado não deve ir para a avaliação. Para isso, existem indicadores, que são como "pontos de verificação" para que se possa avaliar se o planejamento está adequado, o monitoramento correto e a medição de performance coerente. "É uma avaliação da maturidade do projeto", segundo o engenheiro.

Todo o trabalho colabora na elaboração do KPI (key performance indicators), um indicador geral da performance, que vai alimentar o KGI (key goal indicators). O KGI vai além e analisa se a qualidade dos diversos projetos de uma empresa colaboram para o desenvolvimento da mesma, geração de empregos, lucro, dentre outras metas corporativas. Num plano maior, as metas corporativas, junto com questões externas, como a economia do país, podem levar a uma revisão do planejamento corporativo, que vai indicar quais projetos devem continuar e quais devem ser interrompidos. O objetivo, em geral, é realimentar todo o processo de gerenciamento, colaborando para o bom desenvolvimento dos projetos e da empresa.

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