Mobilidade Urbana, um dos temas mais relevantes nos últimos tempos, foi pauta de debate dia 25 de novembro, no Clube de Engenharia. Promovida pela Divisão de Atividades Técnicas (DAT) e pela Divisão Técnica de Transporte e Logística (DTRL), a palestra acontece num momento em que a demanda por alternativas para desafogar o trânsito nas grandes cidades está ainda maior, ganhando cada vez mais espaço no campo de prioridades das administrações públicas.

Celso Franco, ex-diretor do Detran do Rio de Janeiro, ex-professor de Engenharia de Trânsito da Escola Nacional de Engenharia e autor do livro “Trânsito como eu o entendo – A ciência da Mobilidade Urbana” (Editora E-Papers, 2008) abriu a palestra dizendo estar ali em busca de apoio. “Isso aqui não é uma palestra, não é uma aula, é um apelo. Eu luto pela solução da Mobilidade Urbana e falo sozinho desde 2002 e vim aqui fazer um apelo a meus colegas e amigos do Clube. A solução existe, mas precisa da coragem dos políticos”.

Franco foi categórico ao falar sobre a existência de meios para solucionar a questão da mobilidade, que volta e meia esbarra na falta de vontade política, lembrando que a engenharia de tráfego atua nas vias que já existem e por isso devem ser utilizadas de maneira inteligente.

Para Franco, a solução está no transporte público, mas não é apenas uma questão de restringir o uso do automóvel, uma vez que as pessoas buscam conforto e praticidade. É preciso uma solução de mobilidade urbana sem prejudicar o automóvel, que segundo ele, é muito fácil, bastando criar um sistema de racionamento de uso da via baseado na cobrança de uma taxa de mobilidade urbana. “O grande mal é que 86% dos automóveis de passeio vão com seu motorista sozinho, ocupando um espaço que poderia ser ocupado por muitas pessoas”, destacou.

Celso Franco idealiza o que chama de Transporte Solidário, onde o cidadão pagaria uma taxa de congestionamento. Algo em torno R$ 2,00 por dia útil ao mês, cerca de R$ 40,00. Esse pagamento, no Rio de Janeiro, que possui uma frota de aproximadamente dois milhões de automóveis, geraria uma receita de 40 milhões de reais para subsidiar o transporte público, cujo preço hoje significa 35% do orçamento do trabalhador.

A ideia é chegar o mais próximo do que foi o carro antigamente, um automóvel de passeio; ou seja, usar o carro para lazer. A solução, se posta em prática, traz resultados animadores com uma expectativa de redução de tráfego de 50 a 80%, segundo ele.

 

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