Clube de Engenharia de Pernambuco em defesa da CHESF

Alexandre Santos*

No começo de julho de 2017, ainda no primeiro ano do mandato alcançado graças ao Impeachment da presidente Dilma Rousseff, confirmando suspeitas de que estaria a serviço de ideário compromissado com o desmonte da economia nacional, o governo Michel Temer anunciou o mais ambicioso programa de privatização já tentado no Brasil, reservando destacada posição à Eletrobrás e à CHESF no cardápio oferecido ao mercado.

De imediato, honrando o compromisso inarredável com a soberania nacional, com o desenvolvimento social e com o crescimento econômico, o Clube de Engenharia de Pernambuco manifestou repúdio à proposta e alertou seu caráter entreguista e, ainda - considerando que jamais fora discutida com a sociedade, compondo, inclusive, a plataforma derrotada nas últimas eleições presidenciais - seu cunho autoritário e anti-democrático.

Neste momento, mesmo inspirada nos princípios que regem a venda dos demais ativos estatais, das privatizações anunciadas pelo governo, a pretensa privatização da CHESF é a que desperta maior repulsa nos nordestinos, inclusive porque, embora minimize a questão, a proposta significa a venda das águas do Rio São Francisco - matéria prima essencial para a produção de energia pelas usina hidro-elétricas. Nesta perspetiva, a exemplo do sentimento despertado nas demais entidades e personalidades regionais, evocando os vínculos culturais e econômicos com o Nordeste, o Clube de Engenharia de Pernambuco também se insurge contra a anunciada privatização da CHESF.

Assim, ao tempo que participa de frentes e coletivos de defesa da CHESF e do Rio São Francisco e da resistência ao desmonte da economia e ao esfacelamento dos direitos sociais, além de rechaçar a argumentação pífia usada pelo governo federal para justificar e defender a medida, o Clube de Engenharia de Pernambuco a inclui entre os grandes crimes já cometidos contra o Nordeste e conclama a sociedade brasileira a proteger o patrimônio nacional contra a sanha daqueles cujo olhar não ultrapassa o próprio umbigo.

(*) Alexandre Santos é presidente do Clube de Engenharia de Pernambuco

 

 

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